quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Até para nascer é preciso ter sorte

Há cerca de dois meses uma jovem grávida, que mal falava português, abordou-me num parque de estacionamento de um supermercado. Pediu-me dinheiro. Nestas situações nunca dou dinheiro, mas ofereci-lhe comida. Ao abrir a mala do carro, ela reparou que tinha um cesto cheio de roupa de criança e pediu-me a roupa. Disse-lhe que era dos meus filhos, que vinha da lavandaria. Ela insistiu, disse que não tinha nada para o bebé vestir. Expliquei-lhe que existiam muitas associações onde poderia pedir roupa para o bebé e fui embora. Sempre a pensar naquela situação, a imaginar o bebé a nascer e a ser enrolado numa daquelas saias compridas que elas usam, e quanto mais pensava no bebé mais inquieta ficava. Eu sei que a maioria das pessoas desta etnia (nem sei se estou a utilizar o termo correto) não são bem vistas pelos portugueses, na maioria das vezes por culpa deles, porque não sabem estar em sociedade. Mas naquele momento só vi uma miúda que ia ser mãe, provavelmente estaria assustada, não teria o apoio da família, nem do pai da criança e que só queria uma roupinha para vestir ao seu bebé, porque (salvo raras excepções) todas as mães preocupam-se com o bem estar dos filhos. Quando cheguei a casa separei algumas roupas dos meus filhos, coloquei na mala do carro, fui até ao parque de estacionamento, no entanto não a encontrei mais. As roupas ainda continuam na mala do carro... pode ser que a volte a encontrar antes do bebé nascer. 

E por que motivo conto isto? Porque muitas vezes, perante uma situação destas, inconscientemente pensamos "vai trabalhar" ou algo do género. Mas sejamos honestos, quem irá dar trabalho a uma rapariga mal vestida, grávida e mal sabe falar português? E se ninguém fizer nada o ciclo irá continuar, e aquele bebé, igual a tantos outros, terá o triste destino da sua mãe. 



domingo, 15 de janeiro de 2017

Nem sempre as coisas acontecem conforme planeamos

Desde o início do ano que o David tem andado adoentado. Primeiro uma laringite, acompanhada por uma constipação, depois um problemazito na flora intestinal. Consultas, uma ida às urgências... como já tinha redferido num post anterior, foi a primeira vez que aconteceu. Por coincidência o aniversário aproximava-se. Faço festa ou não? Como começou a melhorar no início da semana, resolvemos fazer, no entanto algo mais reservado, para poucas pessoas, com pena minha alguns convites ficaram por entregar, mas era o melhor para ele. Ontem, o dia da festa, acordou com febre alta, volto a ir às urgências. Desta vez tinha ficado com uma otite. Perguntei ao pediatra se não seria melhor cancelar a festa, respondeu-me que não. Foi o que fiz, sempre com alguma reserva. Fiz tudo com tanto carinho... e ele gosta tanto de estar com pessoas e de festas... resumindo, tudo correu bem, mas o David, não era o de sempre; sorridente, alegre e divertido. Cantamos os parabéns mais cedo e ele foi dormir. Recebeu muitos miminhos dos avós, padrinhos e alguns amigos, penso que isso também o fez sentir-se melhor. 
O que é certo é que hoje acordou sem febre, muito bem disposto e pronto para fazer traquinices!
Planeei uma coisa e saiu outra, penso que com crianças é mesmo assim. Mal lhe consegui tirar fotografias. Não abriu os presentes, nem bateu palmas, mas tenho a certeza que todos presentes estavam a torcer por ele.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Parabéns, David!



Querido David;
Hoje fazes dois anos. Olho para ti e a minha Razão diz que já não és um bebé, mas o meu Coração ainda acredita que sim, que ainda és aquele bebezinho que entrou na minha vida há dois anos atrás. Como é possível o tempo passar assim tão rápido?! Durante este tempo, tomaste conta do meu coração, dos meus dias, dos meus pensamentos… e transformaste-me numa pessoa melhor e muito mais forte e resistente.
No teu aniversário eu só te prometo que farei tudo para que sejas uma criança feliz, que sem dúvida alguma se transformará também num adulto feliz. Claro que às vezes, pelo caminho aparecem umas pedras, e cá estarei eu para te ajudar a construir um castelo ou para derrotar os Golias que vão aparecendo.
Parabéns, David, e obrigada por me dares o privilégio de ser tua mãe, a experiência mais enriquecedora que tive em toda a minha vida.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Em dezembro... o tempo a passar, a mãe a fotografar

Adoro fotografar em dezembro! O ambiente mágico da quadra natalícia dão um belo cenário, mas este ano, com muita pena minha, nao consegui tirar fotos na rua. Fica para a próxima!



A única foto na rua que consegui tirar, nunca tinha visto tanta gente nas ruas do Porto no Natal. Até parecia S. João!

Quando ficam dois minutos sozinhos...







É cada vez mais díficil tirar-lhe fotografias.


sábado, 7 de janeiro de 2017

Um dia teria que ser

 Querido David;
Esta semana ficaste doente pela primeira vez desde que nasceste. E como custa ver-te assim, apagado, sem energia, mesmo assim não te queixas muito apesar da febre que vai e vem... as dores de garganta... a consulta...a ida à urgência... os xaropes... o olhar triste que pede colo... os pesadelos... 
E sobre a minha consciência há também um sentimento de culpa: fui trabalhar e "deixei-te" assim, aos cuidados das melhores pessoas, claro, mas fui. E quantas e quantas mães não fazem o mesmo? Com trabalhos  e com horários muito menos flexíveis que o meu e sem suporte familiar algum. 
Agora, querido David, só espero que essa febre passe rapidamente para poderes aproveitar o teu 2º aniversário como mereces.