É a minha época favorita do ano desde que me lembro de existir. O primeiro Natal que recordo vagamente, creio que teria uns três anos, foi passado na aldeia dos meus avós e a recordação mais forte que tenho é da árvore de Natal em cima do frigorífico. Depois, no ano seguinte, delirei com a minha primeira Barbie, nem conseguia adormecer de tão feliz que estava! Outros natais vieram... eu achava que o Natal dos hospitais era um acontecimento muito importante, existia o mítico anuncio do coelhinho que ia com o Pai Natal ao circo, penduravam-se chocolates no pinheiro que nunca chegavam até dia 24... pensando bem era uma espécie de calendário do advento.
Na escola cantávamos sempre "a todos um bom Natal", ainda não existia a Toys R us, nem outras lojas do género, mas na baixa do Porto havia uma loja de brinquedos maravilhosa, ficava satisfeita só por olhar a montra e de imaginar que um dia aqueles brinquedos seriam meus.Tenho tantas memórias especiais do Natal... houve um Natal (teria eu uns seis anos) que éramos tantos que acabamos por dormir quatro numa cama, outros em colchões de campismo e um dos meus tios até de gravata queria dormir! E a meia-noite que nunca mais chegava! Uma vez alguém tocou à campainha e subitamente os presentes apareceram debaixo da árvore, sabia perfeitamente que o Pai Natal não existia, mas naquele momento acreditei...
Agora, com o David e o Pedro o Natal volta a ter aquela inocência das crianças. O Pedro ainda não percebe, mas gosta de ver a luzes, de mexer nas bolas da árvore e nos bonecos do presépio. O David já começa a entender. Não tem medo do Pai Natal, também gosta de pendurar as bolas e de ordenar o presépio de uma maneira peculiar. Ficou encantado com a rena do Norteshopping que fala e não pode ver aletria à frente.
Aguentou até à meia noite para abrir os presentes, o Pedro também, mas estava cheio de sono.
Espero que daqui por muitos anos tenham memórias felizes...tal como eu.
E quanto ao Pai Natal, será que devem acreditar? Será que não? Eu penso que se não podermos sonhar em criança, quando o vamos fazer? E afinal não estamos propriamente a mentir, São Nicolau existiu, era bondoso, generoso... e é essa a mensagem que lhes quero passar quando descobrirem a verdade. O Pai Natal vive em cada um de nós.