Esta euforia motivada pela vitória portuguesa no Festival da Eurovisão fez com que recordasse o tempo em que este acontecimento ainda tinha importância, ou pelo menos era o que eu, nascida na década de 80, pensava. Com três anos delirava sempre que ouvia "Não sejas mau pra mim, ohoo, ohoo" e um pouco mais tarde cantava animadamente "Já fui ao Brasil" acompanhado de um "Peguei, trinquei, meti-te na cesta." Relembrar estas músicas trouxe-me à memória também a época dos dois canais, dos desenhos animados que passavam apenas à tarde e ao fim de semana de manhã. Ainda se lembram das Fábulas da floresta verde?, do Bocas e da Rua Sésamo? E quem não sente uma certa nostalgia quando ouve o Vitinho? Continuando na onda da programação televisiva, recordam-se do Caderno Diário, do Agora escolha, dos Jogos sem Fronteiras e do Duarte e companhia?
Tenho boas recordações dos anos 80, quando só existia o telefone fixo, poucos tinham computador ou telemóvel e quase ninguém sabia o que era a internet e por isso mesmo as pessoas descansavam mais, porque ninguém lhes mandava emails de trabalho ao fim de semana, por exemplo.
Não tínhamos GPS, mas com o mapa chegávamos a todo o lado. Atravessávamos a velhinha ponte D. Maria de comboio e pensávamos "será que é desta que vai cair"? Íamos de elétrico para a praia, já o metro do Porto não passava de uma eterna promessa... e o Peugeot 205 era o melhor carro do mundo, pelo menos para mim.
Íamos ao Shopping Brasília (ainda existe?) apenas para andar de escadas rolantes....Os iogurtes eram de aromas, líquidos ou pedaços e chegava, um cornetto custava 50 escudos (0,25€!) e nos supermercados não encontrávamos metade dos produtos que hoje consumimos..
A minha memória de criança sente éramos felizes, apesar das diferenças para os dias de hoje. Não comíamos sementes, nem quinoa, nem sabíamos o que era a soja, mas raramente encontravámos uma criança com obsidade. Éramos mais livres, mais independentes, mais autónomos. Íamos sozinhos para a escola primária, brincávamos na rua e não estávamos dependentes das tecnologias para nos divertirmos. Dialogávamos, conversávamos, sem interferências. Tínhamos tempo para ser crianças.
Tenho boas recordações dos anos 80, quando só existia o telefone fixo, poucos tinham computador ou telemóvel e quase ninguém sabia o que era a internet e por isso mesmo as pessoas descansavam mais, porque ninguém lhes mandava emails de trabalho ao fim de semana, por exemplo.
Não tínhamos GPS, mas com o mapa chegávamos a todo o lado. Atravessávamos a velhinha ponte D. Maria de comboio e pensávamos "será que é desta que vai cair"? Íamos de elétrico para a praia, já o metro do Porto não passava de uma eterna promessa... e o Peugeot 205 era o melhor carro do mundo, pelo menos para mim.
Íamos ao Shopping Brasília (ainda existe?) apenas para andar de escadas rolantes....Os iogurtes eram de aromas, líquidos ou pedaços e chegava, um cornetto custava 50 escudos (0,25€!) e nos supermercados não encontrávamos metade dos produtos que hoje consumimos..
A minha memória de criança sente éramos felizes, apesar das diferenças para os dias de hoje. Não comíamos sementes, nem quinoa, nem sabíamos o que era a soja, mas raramente encontravámos uma criança com obsidade. Éramos mais livres, mais independentes, mais autónomos. Íamos sozinhos para a escola primária, brincávamos na rua e não estávamos dependentes das tecnologias para nos divertirmos. Dialogávamos, conversávamos, sem interferências. Tínhamos tempo para ser crianças.